sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Hidrogestante

Chistiane Gusmão Duarte aluna da Turma de Hidrogestante do Prof. Adair Júnior Academia Aquacenter Montes Claros - MG



A participação regular de grávidas em um programa de exercícios físicos já é comum na atualidade, pois pode melhorar o condicionamento fisiológico materno, restringir o ganho de peso sem comprometer o desenvolvimento fetal e ainda facilitar a recuperação pós-parto (ARTAL et al., 2003). A mulher grávida deve ingressar em atividades que lhe garantam prazer e bem-estar, desde que ela tenha sido submetida a uma avaliação médica especializada e que não apresente anormalidades físicas e complicações com a gestação.Para gestantes ativas e sem complicações obstétricas não é necessário interromper o exercício no início de gestação. Para gestantes sedentárias é recomendado iniciar o programa de exercícios após a décima terceira semana gestacional. A liberação médica é sempre necessária e a gestante deve estar fazendo acompanhamento pré-natal, para sua segurança e do bebê.Um programa de exercício físico ideal deve ser realizado na maior parte dos dias da semana, com a duração das sessões variando entre 30 e 90 minutos, de forma contínua ou não. É importante fazer com que o hábito de se exercitar se transforme em algo tão natural como, por exemplo, cuidar da própria higiene.


Dieikyla Damares, aluna da turma de Hidrogestante.

 Exercícios de alongamento e de mobilidade articular, além da atividade principal em menor intensidade, compõem uma adequada fase de aquecimento que é importante para reduzir a incidência de lesões e aumentar o fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética (LEITÃO et al., 2000).Dentre as diversas atividades que podem ser realizadas por gestantes no meio líquido, a hidroginástica se destaca por apresentar diversos benefícios, como: a) baixo impacto articular: com o aumento da profundidade de imersão aumenta o percentual de redução do peso hidrostático de gestantes (FINKELSTEIN et al., 2004).b) aumento do retorno venoso pela pressão hidrostática: a pressão hidrostática empurra os fluidos extravasculares para os espaços vasculares e produz aumento do volume central de sangue, que provavelmente aumenta o fluxo sanguíneo uterino. Esta pressão aumenta proporcionalmente com a profundidade de imersão (KATZ, 1996).c) redução dos valores de frequência cardíaca e pressão arterial: em um estudo realizado por nosso grupo de pesquisa verificou-se que, com a imersão de gestantes em meio líquido, a uma temperatura de 31,5ºC, ocorre uma redução da frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, diastólica e média e essa redução tem uma tendência de aumentar quanto maior for a profundidade de imersão. Assim, podemos inferir que o meio líquido é um ambiente que oferece a essa população um comportamento de frequência cardíaca e pressão arterial mais baixo (FINKELSTEIN et al., 2004; BGEGINSKI et al., 2009).d) evita posição supina: a compressão do segmento abdominal da artéria aorta e da veia cava inferior resulta na redução do retorno venoso e débito cardíaco. Por ser uma atividade realizada na posição vertical, a hidroginástica evita esta situação (LEITÃO et al., 2003).


Não existem evidências científicas suficientes para afirmar que a prática de hidroginástica pode diminuir a dor na hora do parto, já que diversos fatores vão estar presentes nesse momento, tornando difícil a realização de pesquisas científicas neste contexto.A literatura já informa que a participação continuada de gestantes em exercícios físicos é benéfica em termos de saúde mental e bem-estar emocional (particularmente autoestima), durante a gravidez e no pós-parto, (CLAPP, 1994; STERNFELD, 1997), assim como diminui a incidência de depressão e ansiedade (GOODWIN et al., 2000) e mantém a estabilidade no humor entre o segundo e terceiro trimestres gestacionais (POUDEVIGNE & O’CONNOR, 2005).REFERÊNCIAS:ARTAL, R.; O’TOOLE, M.; WHITE, S. Guidelines of the American College of Obstetricians and Gynecologists for exercise during pregnancy and postpartum period. Br. J. Sports Med. 37:6-12, 2003.BGEGINSKI, R.; FINKELSTEIN, I.; ALBERTON, C.L.; TARTARUGA, M.P.; KRUEL, L.F.M. Effects of water-gymnastics training on hemodynamic variables in pregnant women at rest. Int. J. Aquatic Res. Educ. 3: 151-161, 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário